Vida triste a de sozinho
Vida triste a de sozinho. Solidão, sem luxo. Ambiente frio, desconforto. Pobreza no coração e no armário vazio. Velhice, doença, dor, gelo. Não há como ir ter contigo à procura de um conforto. E, se me for possível ir, não tenho como regressar. Não existe com que confortar o desconsolo. Não há solidariedade. Não há pão. Não há a quem recorrer. Ninguém. Não existem balas para a pistola. A corda está podre. Não há morte. Não há vida. Não há saída. Luis Borges Texto escrito depois de ler o artigo no jornal Público, que refere a tentativa do Presidente da República de chamar a atenção para a necessidade de se prestar maior atenção às instituições de solidariedade social e aos idosos. Triste com o meu povo. Este povo, tão virado para o seu umbigo, que precisa de um decreto para dar a sua vez a um idoso. Este povo que é tão trabalhador como egoísta, tão poeta e romântico como cruel e egocêntrico, tão latino como rasca. 02-02-2017, 10:30 a.m. ...