Pobre e só
Vida triste a de sozinho. Solidão, sem luxo.
Ambiente frio, desconforto.
Pobreza no coração e no armário.
Velhice, doença, dor, gelo.
Não há como ir ter contigo à procura de um conforto. E, se me for
possível ir, não tenho como regressar.
Não existe com que confortar o desconsolo. Não há solidariedade. Não há
pão. Não há a quem recorrer. Ninguém. Não existem balas para a pistola. A corda
está podre. Não há morte. Não há vida. Não há saída.
Luís Francisco Borges
Ponta Delgada, 2 de fevereiro de 2017
Texto escrito com alguma tristeza para com o meu povo. Este povo, tão virado para o seu umbigo, que precisa de um decreto para ceder prioridade ou ceder o seu lugar no autocarro a um idoso. Este povo que é tão trabalhador como egoísta, tão poeta e romântico como cruel e egocêntrico, tão latino como rasca.
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