POR MIM...

Por mim,…abdico do exato dos números, rejeito o concreto e o real.
Vivo só para voar longe nas nuvens da ilusão.
Navego nos patamares do pensamento da mesma forma como uma criança desce uma escada: deslizando pelo seu corrimão, feliz.

Por mim,…queime-se o dinheiro, rasgue-se a economia, destrua-se o direito, bombardeie-se a metrologia. Acabem–se os convénios e as convenções.

Que fiquem apenas a natureza e o pensamento:
O Homem natural, sem arquétipos nem normas: Puro; Real; Sem lei; Sem limitação.
O verde dos montes, o Homem e os animais.
O azul do mar, os peixes e as algas do oceano.
A imensidade das águas e a sua intransponibilidade.

Abaixo a máquina, fim à poluição.
Vença o Natural, o Amor puro: O verdadeiro.

Ah contradição!

Vivamos descomplicadamente: sem o código civil e o de processo criminal.

Sem plano de contas, sem lista telefónica, sem computador e sem televisão.
Queimemos o código das sociedades comerciais e as sociedades infinitesimais.

Seremos desinformados e rudes; brutos e animalescos; voltemos a ser quadrúpedes: mas, sejamos livres.

                                                                                       Luís Borges 26/11/2012

Comentários

  1. Respostas
    1. Obrigado. Na realidade o caminho que o Mundo está a trilhar apetece rasgar com a norma.

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  2. Óptimo poema, que induz a uma reflexão bem pertinente.

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  3. ruim com ele pior sem ele!
    Acabar com o "direito", na forma que interpretei, seria retroceder séculos atrás, seria afundar mais ainda.

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