QUANDO VIER A PRIMAVERA
Quando vier a primavera, de Alberto Caeiro, dito por Luís Gaspar
Quando vier a primavera, de Alberto Caeiro, dito por Pedro Lamares
Quando vier a primavera, de Alberto Caeiro, dito por Pedro Lamares
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Quando vier a primavera, de Alberto Caeiro, dito por Ingrid Fortez
Quando vier a primavera, de Alberto Caeiro, dito por Filipe Vargas
Quando vier a primavera, de Alberto Caeiro, dito por Ingrid Fortez
Quando vier a primavera, de Alberto Caeiro, dito por Filipe Vargas
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As
flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes
que na Primavera passada.
A realidade não precisa de mim.
Sinto uma alegria enorme
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma
Se soubesse que amanhã morria
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
E a Primavera era depois de amanhã,
Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.
Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?
Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;
E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.
Por isso, se morrer agora, morro contente,
Porque tudo é real e tudo está certo.
Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.
Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.
O que for, quando for, é que será o que é.
Alberto Caeiro
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